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Apresentação do presidente da SINCAL, Sr. Armando Mattiello, na Audiência Pública “Cenário da Política pública Brasileira para o Café”.

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segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Fazendeiro reclama de perseguição do Ministério do Trabalho e corta 450 mil pés de café


Foto: Dr. Wanderlino foi o introdutor da cafeicultura no sul da Bahia. Hoje, queixa-se de perseguição do Ministério do Trabalho.

“Homem do Café’ e ‘agora’ também do açaí, reclama de perseguição do Ministério do Trabalho, anuncia o corte de 450 mil pés de café e fala da Ceplac, UESC e das horarias recebidas. “Esses cerca de 800 empregos desses trabalhadores que eu dispensei, o juiz do Ministério do Trabalho que arrume outro emprego para eles”.

Muito antes do açaí virar febre no mundo todo, um visionário resolveu introduzir a fruta numa região inimaginável para a maioria dos produtores. Ainda na década de 90, este mesmo homem já havia vislumbrado uma outra grande oportunidade: plantar café nas terras férteis e chuvosas do sul da Bahia. Ambas iniciativas deram certo, mas, neste exato momento, um desses ciclos ‘morre’, enquanto o outro.

Esse visionário, natural do Espírito Santo, ícone do café conilon capixabense e introdutor da cafeicultura na região ‘cacaueira’, está encerrando uma tradição mantida desde 1836, quando sua família de ascendência Portuguesa e Suíça, começou a cultivar café. “Fui incentivador do plantio do café no sul da Bahia. Estou interrompendo essa tradição familiar este ano, pois não posso mantê-la com prejuízo”, conta aos 76 anos, o doutor Wanderlino Medeiros Bastos, Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, famoso criador da muda clonal do café, ex-presidente da Cooabriel – a maior cooperativa de Café Conilon do Brasil, e que reside na região há 22 anos.
A ‘derrubada’ noticiada pelo produtor, mais que um prejuízo empresarial, é um dano socioeconômico incalculável para a economia regional. Em tempos de crise e de clamor pelo desenvolvimento e geração de renda, o renomado produtor decidiu cortar os 450 mil pés de café que possui na sua propriedade, no KM 564 às margens da BR 101, no município de Arataca. Esse corte atinge também e com maior gravidade, centenas de empregos que eram gerados pela cafeicultura.

“Sempre cumpri com todas as leis trabalhistas. Recentemente paguei uma multa do Ministério do Trabalho de R$ 650 mil. Eles chegaram aqui armados com a Polícia Federal. Meu filho foi recebê-los e cumprimentá-los. Eles colocaram as armas em cima dele. Intimam direto. Eles chegam ao ponto de inventar questionamentos na hora. Meu advogado chega lá e eles não sabem nem o que vão perguntar. Inventam questionamentos na hora, para pedir. A minha culpa é gerar emprego demais. Eles dizem: ‘Ele tem muito trabalhador, não tem como não ter erro’. Mas, meu erro é ser correto e pagar tudo em dias. Eles vão aumentar a perseguição (depois dessa matéria), mas, mais do que perseguem, não é possível”.

“Cortei esse café todo, porque, em parte, só sobrevive aqui quem não tem empregado com carteira assinada. Quem tem 20 ou 30 funcionários, ninguém perturba. Eles pensam que quem planta café é rico. Se você vender uma safra e colocar o dinheiro do banco, quando chegar na outra colheita, você não tem mais nada, por causa dos autos custos da lavoura. Mas eles comparam: uma saca de café custa R$ 350,00. Um saco de milho não chega a R$ 35,00. Então quem planta café é rico”.

O maior produtor de café da região, queixa-se das ações e da ‘petulância’ do Ministério do Trabalho. “No nosso pais, não existe segurança pública. Existe segurança dos poderes, sejam do Judiciário ou do executivo. Ficam com quatro ou cinco policiais armados e se acham os todo-poderosos. Dizem com todas as palavras que não atendem ao público. Juízes e promotores acham que são mais do que um agricultor!”, desabafa Wanderlino, num claro tom de revolta.

Dr. Wanderlino chegou a manter, até pouco tempo, cerca de 800 trabalhadores em sua propriedade. A grande maioria, na colheita do café. “Nunca tive nenhum problema, sempre mantive tudo em dias, todos os direitos”. Hoje o quadro de funcionários nas atuais atividades da fazenda, gira em torno de 50. “Estou derrubando todos os meus pés de café. Tem muitos pés de café com frutos, porque não deu tempo derrubar tudo, mas não vamos colher nenhum. Os empregos desses trabalhadores que eu dispensei, o juiz do Ministério do Trabalho que arrume outro emprego para eles”, diz.

“Agora que criaram uma lei obrigando assinar carteira de empregada doméstica. Ela mesma (Wanderlino chama a empregada Jeane, que acompanha essa entrevista para confirmar), trabalha aqui há 5 anos e todos sempre tiveram a carteira assinada. Me sinto um injustiçado, só porque tenho muitos trabalhadores”, analisa. “Aqui eu me sinto perseguido pelo Ministério do Trabalho”, afirma.


Fonte: Folha do Cacau
24/12/2017 - 13:30:49

domingo, 24 de dezembro de 2017

Entrevista com Armando Mattiello no programa A Voz do Produtor Rural - Rádio Guaranésia em 24/12/18




Assista entrevista com o Presidente da SINCAL, Armando Mattiello, ao programa A voz do Produtor Rural da Rádio Guaranésia, com a apresentação do radialista Jota Bueno.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Considerações sobre as exportações brasileiras de café em NOVEMBRO de 2017.



As exportações de café do Brasil em Novembro de 2017, somaram 2.785.853   sacas, portanto, inferiores em 491.253 sacas ou menos 15% referente a Novembro de 2016, que foi 3.277.106 sacas.

No período de Julho a Novembro de 2017, o acumulado em 2017 foi de 12.572.397 sacas, inferior a 14,60% ao mesmo período do ano de 2016, que foi de 14.718.603 sacas.

Até o dia 12 de Dezembro, a emissão de certificados está em 820.333 sacas, indicando uma projeção de emissão total no mês de Dezembro de 2017 em aproximadamente 2.18 milhões de sacas, quando em Dezembro de 2016 foi de 3.262.022 sacas.
Assim sendo, os 6 meses iniciais de safra brasileira, isto é JULHO a DEZEMBRO de 2017, projeta exportações de 14.745.303 sacas, menor em aproximadamente 18% que o mesmo período do ano anterior, que foi 17.980.625 sacas.

Desta forma, se torna factível que as exportações de café do Brasil alcancem somente 27/28 milhões de sacas no ano safra de 2017/2018.

A Safra Derivada de 2016/2017 apurou uma produção total de 49.724.561 sacas, porém a OIC insiste em divulgar que o Brasil colheu 55 milhões de sacas, e nossas autoridades do MAPA não tomam nenhuma providência para que este grave erro seja sanado.

Dado a safra menor em 2017/2018 devido a bienalidade, nota-se que atualmente os estoques físicos de café no Brasil são muito menores que no mesmo período do ano passado, e deveremos chegar em Julho de 2018 com estoques próximos a zero.

O melhor indicador para projetarmos a safra de 2018/2019 é a real safra de 2016/17, que foi de 49,72 milhões de sacas, pois ambas são de ciclo alto nos arábicos, devendo-se corrigir o Conilon devido a alguma recuperação de produção, então é doloso divulgar safras de 60 milhões de sacas.

Diante do exposto, é de suma importância que a CONAB faça um excelente levantamento de estoques em Março de 2018, pois a partir destes poderemos saber a produção real de 2017/2018.

É necessário dados confiáveis, pois é preciso desmitificar estas superproduções que organismos internacionais e agências de notícias divulgam sobre as safras brasileiras.

Os prejudicados pela falta de seriedade na apuração e divulgação de dados são os cafeicultores brasileiros e mundiais, que vendem o fruto de seu trabalho a preços aviltados, fazendo um ciclo vicioso de pobreza.

Safra derivada são obtidos de levantamentos de estoques de café do ano anterior (2016), o uso de café total (exportações + consumo interno) nos 12 meses (Abril/2016 a Março/2017), importações de café no mesmo período, e estoques finais de café do ano atual (2017).

Assim sendo, no período de 12 meses, temos os dados abaixo:

Estoque do Brasil em 31 de março de 2016 = 15.078.997 sacas, fonte CONAB
Estoque do Brasil em 31 de março de 2017 = 10.121.405 sacas, fonte CONAB
Exportações Brasileiras Abril/16 a Março/17       = 33.488.053 sacas, fonte CECAFÉ
Consumo interno Abril/16 até Março/17        = 21.200.000 sacas, fonte ABIC
Importações de café Abril/16 até Março/17   = 5.900 sacas, fonte MDIC/Secex

Desta forma temos que, para um uso total de 54.688.053, que é a soma das Exportações + Consumo interno, houve uma diminuição dos estoques de 4.957.592 sacas e uma importação de 5.900 sacas.

Matematicamente, conclui-se que a Produção Brasileira de Café na safra 2016/17 foi de 49.724.561 sacas.

Para a safra de 2017/2018, deveremos aguardar o levantamento de estoques em 31 de Março de 2018, e respectivos consumos, exportações e importações no período de Abril de 2017 até Março de 2018.

Atenciosamente,

Marco Antônio Jacob

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Como aumentar o preço do Café

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Senhores vejam a modernidade que está implantada nas bolsas e grandes oligopólios de café que comandam o mercado. Os fatores fundamentais como produção, secas, geadas etc... são desconsiderados pela Inteligência Artificial que agrupam informações, aglutinam em gráficos e direcionam o mercado visando maiores lucros aos Oligopólios e aos investidores que ficam munidos de informações para as decisões.

A Inteligência Artificial está sendo dirigida por verdadeiros gênios com a utilização de algoritmos levando-os a uma logística perfeita. Muitas vezes utilizando factoides para sobressair da verdade e aumentando a manipulação dos preços. Atualmente, somos explorados ao máximo e nossas lideranças e o setor governamental estão cegos, ignorantes e antipatriotas. São adeptos ao mercado livre que foi preconizado após a queda do Muro de Berlim. Os Estados Unidos da América do Norte introduziram o mercado livre via Mundialização ou Globalização e, ganharam muito dinheiro. Atualmente estão fazendo o caminho ao contrário. Vejam as ações do presidente Trump com relação a proteção e barreiras contra os chineses e outros.

Na entrevista da CEO da IBM, mostra como esse sistema está expandindo e já está modernizando o nome para Inteligência Cognitiva. Acredita se, por análise de especialistas, que o investimento na Inteligência Artificial/Cognitiva chega-se a casa de centenas de bilhões de dólares. Enquanto isso estamos ao ritmo do carro de boi apregoando o mercado livre e sem regras provocando miserabilidade aos cafeicultores, trabalhadores rurais e a todos os elos o Agronegócio Café. Há especialistas nas Universidades, como UFLA, entre outros que estão adentramos dessas tecnologias e aptos a nos ensinar.

A SINCAL está enxergando uma saída e estamos trabalhando com a intenção de elaborarmos um PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO a longo prazo para minimizarmos essas sistemática e colocarmos a cafeicultura para produzir riqueza e não miserabilidade.


Armando Mattiello

Presidente da SINCAL









quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Agricultura 4.0 avança e traz ganhos a produtor

agricultura (Foto: Thinkstock)


02/11/2017 - 10H50 - POR ESTADÃO CONTEÚDO

Drones, aplicativos, novos sensores e inteligência artificial invadem o campo. Cerca de 45% das empresas do setor já usam técnicas com inovações digitais.


O movimento trazido pelas inovações digitais - como internet das coisas, inteligência artificial e outras -, que permitiram um grande salto na produtividade com a criação da indústria 4.0, está se repetindo no campo. A agricultura 4.0 tem conseguido ganhos no agronegócio, da pré-produção até fora da porteira das fazendas. "As tecnologias digitais têm levado a agricultura de precisão a um novo patamar", diz Silvia Massruhá, chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária.

"Cerca de 45% das empresas da área já usam alguma das novas técnicas, mas há grandes desafios à frente, seja por conta do custo alto dessas tecnologias, pela falta de conexão com a internet nas propriedades agrícolas ou pela baixa qualificação de mão de obra. "Assim, satélites e drones colhem informações das condições da agricultura, do solo e das condições meteorológicas e repassam em tempo real para produtores e pesquisadores.

Sensores instalados nas plantações começam a guiar tratores e colheitadeiras automatizados, reduzindo custos e melhorando a eficiência das safras. E diversos tipos de aplicativos têm ajudado agricultores e pecuaristas a terem na palma da mão opções para entenderem melhor suas propriedades, suas culturas e criações. Bem como auxiliar pesquisadores, além de formuladores de políticas públicas e bancos a mensurar prováveis riscos para fornecer subsídios e empréstimos.

Quer um exemplo?

Os exemplos práticos vêm de várias áreas. Há aplicativos que avisam ao produtor de leite quando está na época de colocar uma vaca para ser emprenhada ou quando um bezerro deve ser desmamado. Outro, agrega informações de 1.600 estações meteorológicas do país e depois de processar os dados produz modelos e estudos para várias culturas, indicando a melhor época de plantio para cada lugar. As previsões são atualizadas diariamente, bem como os índices de seca, as probabilidades de geada e outros fenômenos climáticos e a quantidade de água no solo. Um software permite ainda reconhecer, por meio de fotos, pragas que podem estar assolando as colheitas e indicar tratamentos.

Em outra frente de trabalho, foi adaptado um modelo de simulação de plantio de arroz, o Oryza 2000, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisa do Arroz, das Filipinas, com os dados nacionais. Além das condições de solo e dos tipos de sementes usados no Brasil, foram colocados no sistema dados climáticos dos últimos 30 anos, de 51 estações meteorológicas ligadas às principais regiões produtoras do País. "A decisão que o agricultor tomava até algum tempo atrás com base em sua experiência e na tentativa e erro pode ser feita agora com rigor científico e analítico", afirma Alexandre Bryan Heinemann, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão. Como os modelos desse projeto são mais sofisticados, essa ferramenta é usada sobretudo por pesquisadores e para auxiliar na tomada de decisões de políticas públicas para o setor.

Atuação

Há tantas possibilidades e demandas - seja do Ministério da Agricultura, de diferentes órgão públicos, de pesquisadores, de produtores e associações e empresas de tecnologia - que a Embrapa tem ganhado novas formas de atuação. Se antes, dedicava-se sobretudo à pesquisa e desenvolvimento, hoje, também tem funcionado como uma facilitadora: faz a ponte entre empresas, startups de tecnologia e investidores. "Unimos várias pontas e trabalhamos sobretudo com inovação aberta, onde consórcios de pesquisa desenvolvem projetos de interesse comum até determinado ponto e os parceiros usam partes em seu modelo de negócios, reduzindo custos e melhorando a eficiência", afirma Silvia.

É uma corrida contra o tempo, que todos os países fortes no agronegócio disputam. Só que, enquanto EUA e Europa têm ecossistemas mais bem articulados, aqui a pesquisa ainda sofre por falta de estrutura. O Oryza 2000, por exemplo, foi considerado projeto de big data na Embrapa Arroz e Feijão. "Tínhamos de rodar 24 modelos para cada dia do ano. Eram milhões de simulações que nossos servidores não eram capazes de fazer", afirma Heinemann.

sábado, 25 de novembro de 2017

Entrevista com o Pres. da SINCAL, Armando Mattiello no programa A Voz do Produtor - Rádio Guaranésia/MG

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Entrevista com o Pres. da SINCAL, Armando Mattiello no programa A Voz do Produtor - Rádio Guaranésia/MG - 25/11/2017



https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1686080008115647&id=1007951615928493

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

"Ha ha ha ha ha mas eu tô rindo à toa" , só que pra não chorar.


Mesmo diante de um cenário de incertezas para 2018, com queda já fatídica na produção, nossa commoditie (café) segue sem reação no que tange os preços. Podendo-se dizer que os mesmos seguem estagnados, ano de 2017, na faixa dos míseros R$ 450,00/Saca (arábica) apresentando pequenas oscilações.

Analisando uma série de debates nos grupos e redes sociais, percebe-se tamanha divergência e descompasso com a realidade. Qualquer atividade precisa ter lucro projetado e garantido. Caso contrário, um cafeicultor, vira a ser (MUITOS JÁ SÃO SEM PERCERBER) um grande apostador de bolsa de valores, operando totalmente às cegas em becos escuros e cheios de armadilhas.

Existem algumas premissas que precisamos levar em consideração na formação do custo real de produção (diluição do custo da gleba sobre a atividade, pró-labores, depreciação de bens etc...), já passou da hora de nos cafeicultores pensarmos como verdadeiros empresários, cada um a seu porte, dentro do segmento.
Diante disso, lanço a seguinte pergunta:

1 saca de 60 kg de café arábica a um preço de R$ 450,00 é rentável? Se sim, qual a margem de lucro??

Diante de um amplo e debatido estudo realizado entre as entidades SINCAL, CEPEA-ESALQ, MTE. Obteve-se, dentre as regiões produtoras de cafés arábicas, média conforme planilhas abaixo:





Deixo aqui, para reflexão, a letra da canção do grupo Fala Mansa:

“Tô numa boa tô aqui de novo, daqui não saio daqui não me movo, tenho certeza esse é o meu lugar Aha, aha... tô numa boa tô ficando esperto já não pergunto se isso tudo é certo, uso esse tempo pra recomeçar Aah Aha...”

Tirem um tempo para reavaliarem seus respectivos custos de produção e se necessário recomecem seus respectivos negócios com outros olhos, olhos de prosperidade dentro do segmento.

Fábio Luiz Alfonso
Eng. Agrônomo / Cafeicultor
Consultor da empresa Coisas da Roça – Brasil

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Entrevista com Armando Mattiello Presidente da SINCAL durante o 43º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras


Café: Com preços abaixo dos custos de produção, produtores perdem até R$ 250,00 por saca na comercialização


Em Minas Gerais, valor médio da saca de café está próximo de R$ 400,00. Custo médio gira em torno de R$ 501,00 a saca, produtores deveriam negociar a saca por R$ 670,00. Fundamentos perdem a evidência em um mercado cada vez mais especulativo. Margens ajustadas impedem novos investimentos no setor. Cafeicultores devem realizar o planejamento estratégico.

sábado, 4 de novembro de 2017

SINCAL abordará tema sobre previsão de safra no 43º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras.


Fair Play na comercialização mundial de café é apenas merchandising.

Várias fontes divulgam a previsão de safra de café do Brasil, e, existem uma margem de erro natural dentro destas previsões, pois é muito difícil quantificar exatamente o número de frutos nas arvores, o tamanho e peso de suas sementes, enfim, o real rendimento de café em grão por talhão, por fazenda, por município, por microrregião e por região, enfim, o Brasil é um país com dimensões continentais.

Então temos que sair do campo de previsões e saber realmente quanto que se colheu de café no Brasil, e, isto só é possível quantificando  os estoques de café em determinada data, e, sabendo quanto foi o uso / desaparecimento de café total, isto é, quanto foi as exportações e quanto foi o consumo interno, também é necessário saber quanto foi a importação de café, após estes dados uma simples equação mostra o "quantum" foi efetivamente produzido, e podemos  deixar  o campo das previsões, para a "verdadeira"  realidade, por isto a obrigação de contagem de estoques realizados pela CONAB anualmente.

Assim sendo, no período de 12 meses, temos os dados abaixo:

Estoque do Brasil em 31 de março de 2016      = 15.078.997 sacas, fonte CONAB;

Estoque do Brasil em 31 de março de 2017      = 10.121.405 sacas, fonte CONAB;

Exportações Brasileiras Abril16 até Março17   = 33.488.053 sacas, fonte CECAFÉ;

Consumo interno Abril16 até Março17              = 21.200.000 sacas, fonte ABIC;

Importações de café Abril16 até Março17          = 5.900 sacas, fonte MDIC/Secex.

Desta forma temos que para um uso total de 54.688.053, que é a soma das Exportações + Consumo interno, houve uma diminuição dos estoques de 4.957.592 sacas e uma importação de 5.900 sacas.

Matematicamente conclui-se que a Produção Brasileira de Café na safra 2016/17 foi de 49.724.561 sacas.

A Organização Internacional de Café deveria trabalhar com dados oficias de seus participantes, mas, infelizmente,  publica dados errôneos sobre a real produção de café do Brasil, pois conforme o “Relatório sobre o mercado cafeeiro – setembro 2017” divulgado em 12 de outubro, diz que a produção estimada no Brasil em 2016/17 foi de 55 milhões de sacas, portando superestima a produção brasileira em 10,61% superior a realidade, uma quantidade de 5.275.439 sacas a mais do que realmente foi produzido.

Este erro de divulgação da Organização Internacional de Café, leva a outros erros, pois deforma a previsão de safra de 2017/18 e também a previsão de safra de 2018/19, e isto é altamente impactante nas cotações internacionais do café.

Chamo a atenção pois, haverá  erro de avaliação da safra 2017/18, e será muito maior, pois, de acordo com enquete à vários produtores, das mais variadas regiões, a diminuição de produção em relação safra anterior é bastante elevada, no Cerrado e Alta Mogiana  encontra-se  menos 40% de produção em relação ao ano anterior, no Sul de Minas e Baixa Mogiana, encontra-se uma safra menor na grandeza de menos 25 %.

Desta forma, e a grosso modo, ponderando todas as regiões produtoras do Brasil, conclui-se que, uma produção menor em 20% é plausível em relação safra anterior, já incluindo o aumento de produção dos conilon.

Num singelo exercício de matemática, podemos dizer que baseado na safra colhida em 2016/17 que foi de 49,72 sacas de café, a safra de 2017/18, por efeito da característica de bienalidade, tendo uma produção cerca de 20% menor, chega-se a uma produção estimada de apenas 39,78 milhões de sacas, números inferiores aos 44,77 milhões previstos pela CONAB.

Notar que os primeiros 3 meses de exportação de café do Brasil no ano safra 2017/18, isto é, Julho/Agosto/Setembro de 2017, o Brasil exportou apenas 6.764.858 de sacas, portanto inferior a 25% do mesmo período do ano de 2014 e 2015, e menos 16,26 % que no período de 2016.

Em sendo realidade uma produção próxima de 40 milhões de sacas nesta safra que se findou, e praticamente com inexistência de estoques de safras passadas, novamente a matemática nos leva a lógica que as exportações de cafés do Brasil no ano safra de 2017/18, isto é, entre Julho de 2017 até Junho de 2018 vão diminuir muito, e tendo a florada de café seu auge em 10 de outubro, só teremos algum volume de cafés novos a partir da segunda quinzena de Junho de 2018.

Então, a informação que os produtores de café estarão retendo mercadorias e formando estoques não é verdadeira como propaga alguns participantes do comércio internacional, a pseudo retenção se deve ao fato de menor quantidade produzida pelos cafeicultores brasileiros.

Sobre a safra de 2018/19, devido a bienalidade, poderemos estimar com um potencial de produção próxima a safra de 2016/17, pois não houve aumento da área plantada, e, então poderá haver um aumento na produção de conilon, mas em contrapartida, estando o clima hostil para as regiões cafeeiras de arábicas poderá haver uma diminuição na produção dos arábicos, desta forma, uma estimativa de 50 milhões de sacas é o recomendável.

Assim sendo a prudência nos leva a uma somatória das 3 safras em:

2016/17 = 49,72 milhões;
2017/18 = 39,78 milhões;
2018/19 = 50,00 milhões.

Totalizando em 139,50 milhões.

Porém, os grandes players do mercado cafeeiro mundial divulgam estimativas muito superiores, que nestas 3 safras alcançariam a somatória de 162 milhões de sacas, portando 22,5 milhões de sacos ou 16% maiores que a prudência nos leva a crer.

Entretanto, devido as informações errôneas de quantidades maiores de produção do Brasil, corroboradas pela Organização Internacional do Café, os importadores mundiais continuarão a comprar café no mesmo preço de 35 anos atrás.

Para aqueles que acreditam em “fair play” na comercialização mundial de café, esqueçam, isto é apenas merchandising.

Convido o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento - MAPA, a CONAB, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA, o Conselho Nacional de Café - CNC, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil - CECAFÉ, a Organização Internacional do Café - OIC e a todos aqueles que se interessem e possam contribuir com a cafeicultura, a se manifestarem sobre o disposto acima.

Atenciosamente,

Marco Antônio Jacob

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

SINCAL participará da abertura do 43º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras.



A SINCAL, representada por seu presidente, Sr. Armando Mattiello, e demais diretores e colaboradores estarão presentes na abertura do 43º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras que será realizado nos dias 07 a 10 de Novembro de 2017 em Poços de Caldas/MG.

Não percam este importante evento da cafeicultura nacional.


Segue abaixo a programação. ou confira no link da Fundação Pró Café: http://www.fundacaoprocafe.com.br/eventos/congresso



terça-feira, 31 de outubro de 2017

Vazio Sanitário para Broca-do-Café (Hypothenemus hampei)



 Vazio sanitário caracteriza-se por um período de ausência de hospedeiro (material de propagação) para pragas ou doenças no campo; no caso da broca-do-café, como ela precisa obrigatoriamente dos frutos para propagar-se e multiplicar-se, seria a definição de um período de ausência de frutos (no pé ou no chão), impedindo a propagação da praga, reduzindo a pressão de infestação entre safras. É uma prática muito interessante, que vem se mostrando eficaz em cultivos como soja, feijão e algodão para compor o manejo de outros problemas. No café, poderia reforçar ainda mais o manejo da broca além do monitoramento bem feito, utilização de inseticidas e adjuvantes eficientes e qualidade de aplicação. O vazio sanitário é um conjunto de práticas culturais que iniciam-se com uma colheita bem feita, uma vez que a mecanização na derriça intensificou-se muito nos últimos anos e com isso tivemos um aumento na sobra de café nas lavouras. Na sequência fazer o “repasse” (mais de um se necessário), depois lançar mão da utilização das práticas de varrição e rastelação (existem equipamentos e implementos modernos para tal); tudo na tentativa de eliminar todo e qualquer resto de café que possa sobrar. Lembrando que esta remoção de frutos remanescentes gera receita através da comercialização deste café de qualidade inferior, mas que mesmo assim deve ser suficiente para cobrir o custo operacional. Atenção para lavouras esqueletadas no ano anterior, pois pode ter sobrado alguma gema viável, a qual pode florescer e gerar frutos, possibilitando a multiplicação da praga.

Por fim, podemos aproveitar outras práticas já existentes como a destruição dos restos culturais na entrelinha do cafezal com a utilização de trinchas mecânicas (para áreas que foram esqueletadas, por exemplo), o que destruirá também eventuais frutos que possam ter sobrado no chão; outra prática existente é a desbrota, onde podemos aproveitar para remover frutos/flores remanescentes nos pés de café; ainda temos a “distribuição de cisco” para debaixo da saia do cafeeiro, protegendo o solo e promovendo o desenvolvimento de diversos fungos benéficos, dentre eles a Beauveria Bassiana, que pode suprimir o desenvolvimento da broca. Enfim, o vazio sanitário deve se tornar uma prática difundida, conhecida e executada, para compor o manejo desta importante praga na cafeicultura.

Lembrando e reforçando que para o manejo eficaz da broca-do-café devemos conhecer  (a) a biologia da praga (ciclo, formas biológicas, dispersão desuniforme no ataque, influência do clima), aplicar boas práticas na (b) tecnologia de aplicação (uso de adjuvantes apropriados como óleos emulsionáveis, eletrostática vs convencional, volume de calda adequado, época de aplicação), fazer o (c) monitoramento (levantamento inicial, acompanhamento, %brocados e %brocas vivas, atenção às floradas), além do (d) Vazio Sanitário, que acabamos de expor (colheita bem feita, repasse, varrição e rastelação, trincha, desbrota, distribuição do cisco); por fim, utilizar (e) produtos químicos (inseticidas) registrados visando sempre um manejo integrado de pragas (MIP) e/ou manejo integrado de resistência (MIR).

Atenciosamente,

André Luís Mattiello
Eng. Agrônomo

Gerente de Desenvolvimento Técnico de Mercado para os cultivos de Café, Cana-de-açúcar e Citros na BASF.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Medidas para mitigar o vazio sanitário da Broca.

A SINCAL, através de seus diretores, está buscando meio para implantar o vazio sanitário com relação a broca do café.


Segue abaixo sugestões de medidas a serem tomadas para mitigar a ocorrência da broca.

Nas lavouras mecanizadas fazemos o repasse manual ou mesmo mecanizado para não sobrar cafés na planta. Feito isso fazemos a primeira varrição, mas ainda, sobra café no solo. Retornamos repassando e ainda conseguimos tirar cafés que pagam o custo operacional, sobrando-nos ao redor de R$300,00 por hectare, ou seja, é compensatório economicamente. Depois que passamos a esqueletadeira e, a eliminação dos ponteiros do ortotrópico, entramos com a trincha antes de desbrotar. A trincha elimina todos os ramos e ponteiros e nessa operação trituram os grãos sobrantes próximos da linha e nas entrelinhas e, deixando a lavoura mais limpa para entrar com a desbrota. Faz-se a desbrota e novamente a utiliza-se a trincha. Serão duas operações com a trincha. Com isso a trincha não tem que trabalhar em situações tão embatumadas e, os custos das duas operações, praticamente, são cobertos com o diferencial da segunda repassada da rastelação. Com essas duas passadas da trincha, praticamente, trituramos os grãos de café no alcance da mesma. Na operação da desbrota que é manual o pessoal vai tirando flores e diversos chumbinhos que estão na planta não deixando os mesmos prosperar evitando o foco da broca. Com a operação de chegar cisco os cafés, que por ventura, sobraram próximo ao tronco estarão recobertos com toda a folhagem e ramos triturados e acrescidos de um pouco de terra provocando podridões dos mesmos. Além disso, estamos levando para a planta a decomposição desse material que causará o surgimento do fungo Beauveria bassiana que é inimigo natural da broca. Todo esse material orgânico além de reter a umidade, lentamente, transforma se em húmus e nitrogênio para a planta. Vide abaixo fotos das operações.

Atenciosamente,

Armando Mattiello

Presidente da SINCAL









sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Medidas para elevação do preço do CAFÉ



Estamos atravessando verdadeiras transformações a nível mundial com as sistemáticas implantadas pelas grandes corporações referente a uma logística fantástica que vem ocorrendo nas plataformas globais. No caso do café estamos bitolados nos preceitos anacrônicos e de um amadorismo umbilical. Nossas lideranças e os cafeicultores estão alheios a essas mudanças e, infelizmente, estão fechados e praticando um verdadeiro suicídio por uma visão destorcida e caótica e, sendo enganados pelos manipuladores dos grandes oligopólios que estão engolindo nossas expertises. Estão sequestrando toda as nossas tecnologias através da evasão de divisas e trazendo-lhes lucros exorbitantes que possibilitam investir numa logística moderníssima a nível global. Enquanto estamos olhando para o próprio umbigo as grandes corporações implantaram uma sistemática que capitanearam o que tínhamos de suprassumo no café.

Quando analisamos as estatísticas do café, os preços deveriam estar num patamar de pelo menos três vezes os preços atuais, mas as mudanças radicais no mundo em relação ao perfil de negócios está numa dinâmica acelerada e nos, com essa verdadeira bagunça na política cafeeira e, pelo anacronismo de nossas lideranças que não estão percebendo essa dinâmica implantada e, não querem ou não conseguem ver o horizonte para uma política moderna e não percebendo, ou importando-se que o negócio café está sendo manipulado e sequestrado pelas tecnologias citadas. O negócio café, a nível mundial, está caminhando com excelência e nunca foi tão bem no mundo como nos tempos atuais. Os jovens estão bebendo muito café e, o consumo está crescendo. Mas o lucro, apesar do Brasil ser o maior produtor de café, está indo para a mão dos grandes oligopólios estrangeiros que com o emprego dessas tecnologias está conquistando o negócio. Primeiramente, introduziram as certificações que os asseguram de determinadas estratégias, nos condicionando ao jogo dessas corporações. Depois compram as grandes torrefações nacionais para ganhar toda a distribuição dentro do enorme consumo Brasileiro e, dominam os formadores de políticas cafeeiras no Brasil e também quando analisamos os preços dos consumidores mundiais estão com base interessantes mas, o lucro desses preços não chegam nunca nos bolsos dos cafeicultores brasileiros e, mesmo de outros países produtores. Sempre tivemos a excelência no negócio café em classificação, em distribuição, em comercialização, em bebidas e outros. Com isso estão expondo a regra deles e até acabando com as classificações de bebidas estritamente mole, apenas mole e assim por diante. Vieram com o modismo dos Speciality Americano e agora tentam acabar com nossa tradicionalíssima tabela C.O.B. (Código Oficial Brasileiro) e, introduzindo e impondo suas regras e nós não estamos enxergando esse domínio, com isso todas as regras do café estão vindo de fora para dentro.

No passado, como o lucro do café que ficava com os brasileiros, tínhamos recursos tanto para nossas autarquias tanto quanto para os cafeicultores e, investíamos nas universidades e centros de pesquisas e, nesse aspecto nos progredimos e ficamos na frente do mercado internacional. Atualmente, com o sequestro de lucro a grande fatia fica lá fora e assim todas as inovações estão vindo de “fora para dentro” porque eles que tem o dinheiro para o marketing e a pesquisa. Podemos citar, como exemplo, o “case” da Nestle com o Nespresso, onde se investiu muito dinheiro e, daí podemos entender o porquê eles estão sempre na frente e nós os acompanhando como meros espectadores e trabalhando para essas grandes corporações.

Basta a gente analisar quanto vende-se o quilo do café e, sobram lucros expressivos e investem em pesquisas e aprimoramento tecnológico em relação ao nosso sistema tupiniquim e com isso estamos sendo massacrados e perdendo o negócio café para os estrangeiros.

Com as estatísticas indicando que os estoques estão baixando e num determinado momento o preço vai subir e a “tropa”, nós cafeicultores, sairemos correndo para plantar mais café e, assim que todos plantarem eles darão “um nó” no mercado e seguram os preços nos patamares que eles bem interessam e, sempre nos colocando “debaixo do balaio”. Precisamos URGENTEMENTE fazer uma política moderna e encarar todo o exposto.

A situação estatística de estoques está apertada e nós estamos vendo, claramente, que os preços não sobem porque eles tem as rédeas do negócio e nós estamos aceitando tudo isso passivamente sem lutar para reciclarmos as lideranças, e, criar uma nova constelação de pessoas imbuídas para reverter a situação. Aqui compete a nós cafeicultores, apertarmos para que as mudanças ocorram e criar uma nova liderança com visão futurista e redimensionar as ações para enfrentarmos essas adversidades impostas pelos estrangeiros, principalmente, países do primeiro mundo.

Possuímos as estatísticas da O.I.C. (Organização Internacional do Café) que demonstram que o consumo está crescendo linearmente 2% ao ano. Atualmente, já não desperdiçamos tanto café pelo “ralo” oriundo dos bules e garrafas térmicas e, isso demonstra que o mundo está bebendo muito mais café. Sabemos que o mercado possui as plataformas digitais e essas grandes empresas, atualmente, possuem operações no mundo inteiro: Ásia, Europa, África, Brasil, Colômbia etc., e ainda elas possuem as liquidações financeiras em Nova York, Londres, Frankfurt, Singapura, Hong Kong e tantas outras providas de entreposto na mesma sistemática. Em cima desse traçado essas corporações possuem verdadeiros cientistas voltados para a logística. São gênios. Essa logística moderna com os números, gráficos, robôs, algoritmos e outros possibilitam simulações a conjuminações logística perfeita. Quando o mercado interno não está na mão dessas corporações eles, praticamente secam o lucro dos distribuidores levando-os a quebrarem e, entram expondo a própria distribuição. Trata-se de uma ciência que eles desenvolveram de uma forma fantástica e com isso, provavelmente, não olham mais a produção do Brasil isoladamente como faziam até então. Eles analisam o mercado como um todo e a demanda, mês a mês, do mundo. Dentro desse exposto temos que estar cientes para desenvolvermos estratégias futuras.

Há um grande risco que poderá ter a importação de café e, a utilização de um mecanismo por essas grandes organizações que puxariam o café conilon da Ásia e reverteria o arábica e, teria toda a logística montada. Com isso, eles trabalhariam nas duas mãos e sufocariam, ainda mais a indústria nacional e, consequentemente, os cafeicultores.

Essa logística perfeita e essa plataforma global que não estamos levando em consideração e, eles poderão trabalhar com um estoque mínimo necessário. Procuro achar a explicação perfeita para atual situação dos preços ridículos em cima da logística perfeita dos grandes grupos e, assim os fatores fundamentais como a seca fica disperso dentro dessa sistemática. O impacto nos preços virão dado as constantes quebras de safras que estamos convivendo nos últimos tempos, inclusive para 2018. Mas, a alta nos preços poderão ser mais demorada baseado no exposto. Os estoques mundiais são baixos, dado a sistemática inteligente que implantaram na logística o que possibilita uma administração profissional competente.

O Brasil precisa tomar o seu devido lugar pois, temos 33 – 35% de market share e, com ações estruturadas poderemos retomar a posição de protagonista. Precisamos: de UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO envolvendo o setor produtivo e industrial com agregação de valores e conquistando melhores preços e divisas para o pais. Esse PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO deverá contar com retorno para a pesquisa de inovações tecnológicas na industrialização e qualidade e, implantar estratégias com relação as medidas que deverão ser tomadas em anos de safras altas e ou baixas. Privilegiar a indústria nacional com café de qualidade abolindo esses subprodutos utilizados, indiscriminadamente, nas torrefações que tem mascarado as estatísticas pois, quando fazemos as contas da produção brasileira de diversos anos e, subtraímos a exportação e consumo interno as estatísticas nunca fecham em detrimento ao desconhecimento daquilo que está realmente sendo industrializado.

O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO deverá contemplar uma visão futurista de no mínimo 15 anos, para assegurarmos ao setor produtivo e industrial com tomadas de decisões abalizadas e seguras. A modernidade das grandes corporações e mesmo de países desenvolvidos, trabalham com projeção e cenários para décadas a frente. Teremos que implantar estratégias mais seguras evitando o “Apaga Fogo” e, medidas pontuais e politiqueiras.

Para a solução rápida e possível elevação do preço deveremos apertar nossas lideranças desde a base, dentro dos Sindicatos de Produtores Rurais, Cooperativas, C.N.C. (Conselho Nacional do Café), MAPA (Ministério da Agricultura), entre outros, na procura de estratégias definidas e, na práticas de medidas que foram totalmente abolidas em detrimento ao setor produtivo. Ocorrem inúmeras deformidades e precisamos:

1) ESTATÍSTICA - Números abertos e reais de estoques, áreas plantadas e produção;

2) ELIMINAÇÃO DAS PREVISÕES feitas pelo IBGE e CONAB. Como podemos conviver com duas previsões por entidades estatais e descredibilizadas?

3) REPASSE DE CUSTEIO E FINANCIAMENTOS BANCÁRIOS vencimentos dentro do preconizado no M.C.R. (Manual de Credito Rural), onde está explicito que os vencimentos deverão ocorrer 60 dias após a colheita. Assim, o final da colheita ocorre em setembro e os financiamentos e repasses aos cafeicultores deverão vencer 60 dias após, ou seja, 30 de novembro. Ainda possibilitando aos cafeicultores refinanciarem seus estoques por mais 90 dias, ou, ainda por 180 dias na expectativa de almejarem melhores preços. Pratica essa, que foi abolida nos últimos anos no intuito de escravizar os cafeicultores a vender o café a preço vil em plena época de colheita. Dentro dessa modalidade sempre foram utilizadas verbas do FUNCAFÉ e recursos obrigatórios providenciados pelo C.N.C., junto as instituições financeiras.

4) PREÇO MÍNIMO - Tanto para o Arábica quanto para o Robusta os preços mínimos foram estabelecidos abaixo do custo de produção. Para o Arábica foi estabelecido a R$ 333,00/saca e sabemos que o custo de produção gira ao redor de R$ 500,00/saca. Tal medida foi publicada pelo MAPA no dia 18/04/2017 e nos dias seguintes os preços despencaram 11,6%. Essa situação descabida e, deu uma conotação ao mercado internacional que ao preços praticados estavam a contento. Total irresponsabilidade.

5) ESTATUTO DA TERRA - Que pela Lei 4504, artigo 73 e 85 legisla que deveremos ter 30% de margem acrescido do transporte, embalagem e outros que elevaria o preço mínimo ao cafeicultor na faixa de R$ 670,00/saca. Portanto essa atitude inconsequente está levando os cafeicultores a um prejuízo na faixa de R$ 220,00 a R$ 250,00/saca, que ao final os cafeicultores estão perdendo por volta de R$ 12.000.000,00 (Doze Milhões de Reais) sem levar em consideração os impostos incidentes sobre o montante prejudicando além dos cafeicultores, os trabalhadores rurais e o IDH dos municípios.

6) BOLSA DE NOVA YORK - É regida pelos cafés lavados de 19 países e não possuímos contratos para o café natural. Através do contrato C (C de Colômbia) com isso estamos sempre vendendo cafés com deságio, um absurdo. Um país de 33 a 35% de market share não consegue ser protagonista do mercado provocando DUMPING aos cafeicultores brasileiros e aos demais 3.000.000 a nível mundial. Estamos provocando pobreza e miserabilidade ao mercado cafeeiro e ferindo as leis do OMC (Organização Mundial do Comercio). Com esse market share deveríamos “mandar no mercado e não sermos mandamos”. Atitude inconcebível!

7) ESTOQUES - Vendemos o restante do estoque em plena safra recorde de 2016 e zeramos nossos estoques. Estoques estratégicos tem que ser colocada em pratica visando, principalmente, o consumo interno num momento de escassez. Trata-se de um fator de segurança nacional. Ainda por cima, tentam importar café numa medida descabida e antipatriótica e prejudicando o setor produtivo. Vendemos cafés nos últimos anos a preço vil e não tiveram a capacidade e a inteligência de assegurarmos estoques para o abastecimento interno. Isto é uma situação que demonstra que o CNC o CDPC e o MAPA estão visando somente o interesse dos oligopólios internacionais e desta indústria Brasileira CAÓTICA. Recursos para ESTOQUES ESTRATÉGICOS temos de sobra, bastando praticar o FUNDO SOBERANO, recursos do FUNCAFÉ, R.O (Recursos Obrigatórios) e utilizarmos as normas do MCR, citados anteriormente, além de, outros instrumentos cabíveis.

8) QUALIDADE DO MERCADO INTERNO - Faz-se necessário retornar com a IN 16 (Instrução Normativa), que preconiza a industrialização de café de melhor qualidade retirando os cafés pretos, ardidos, palhas e tantos outros produtos incabíveis que ao final, sem assegurar o número exato, calculamos que poderíamos aumentar o consumo de verdadeiros cafés na faixa de 4 a 5 milhões de sacas, em ordem de grandeza, melhorando a qualidade e os preços aos cafeicultores brasileiros e, possibilitando aos consumidores tomarem um café de melhor qualidade, descontaminados de produtos inaceitáveis.

9) WARRANT / RECIBO DE DEPOSITO – Os cafeicultores devem exigir o warrant / recibo de deposito quando depositarem seus cafés nas Cooperativas ou Armazéns Gerais. Com isso, os citados estabelecimentos ficam como fiel depositários e não podem manipular o café dos cafeicultores evitando utilizar os estoques em benefícios próprios. Além disso, com a posse destes documentos, que são ativos, plenamente negociáveis para levantar recursos em qualquer instituição financeira. Estes documentos darão total segurança aos cafeicultores em todos os aspectos

10) RECURSOS DO FUNCAFÉ – Os recursos do FUNCAFÉ que são, praticamente, monopolizados por Cooperativas deveram ser abertos e citando o CPF ou CNPJ dos cafeicultores, tal pratica não tem ocorrido por intransigências dessas instituições e demonstrando obscuridade na aplicação deste recurso que é do cafeicultor. Trata-se de uma pratica indevida e que devia ser fiscalizada pelos órgãos competentes.

11) ESTOQUES DA COOPERATIVAS – As Cooperativas omitem seus estoques na retorica de uma estratégia que o mercado não deve saber desses posições, trata-se de uma pratica que omite a transparência mostrando que sempre os números ficam “em segredo de chaves”. Inaceitável e trazendo supostas desconfianças a essas corporações.

Além destes pontos ainda, existem muitos a serem acertados. Pontos estes que colocamos na reunião da Diretoria do CNC, no dia 20 de setembro de 2017, em Três Pontas/MG. Os pontos foram discutidos, mas, ficou claro que o CNC não está adepto a tomar iniciativas profissionais para melhoria dos cafeicultores.


Atenciosamente,

Armando Mattiello
Presidente da SINCAL

Associação dos Cafeicultores do Brasil