quarta-feira, 31 de maio de 2017

Início da colheita do café aquece geração de empregos no Sul de Minas

Segundo Fundação Procafé, só nesta época, a cadeia produtiva gera cerca de 300 mil empregos na região.

Acompanhe o vídeo da reportagem no site G1 Sul de Minas

       O início do período da colheita do café reforça a geração de empregos no Sul de Minas. Oportunidade para muitas pessoas que tinham outro tipo de trabalho e que agora estão desempregadas, conseguirem um serviço na área. Segundo a Fundação Procafé, só nesta época, a cadeia produtiva gera cerca de 300 mil empregos na região.

Muita gente sai até de outras regiões para conseguir uma vaga no Sul de Minas. É o caso de Santa de Lourdes, que saiu de Jequitinhonha, no Norte do Estado, para trabalhar na lavoura em Três Pontas (MG). O último serviço dela tinha sido de empregada doméstica, no ano passado.

"Eu estava sem nada, ai eu vim pra cá e chegou aqui eu comecei a panhar café e estou até hoje. Pretendo, enquanto Deus me der vida, ficar na colheita", disse a trabalhadora rural Santa de Lourdes Freitas.

Mulher saiu de Jequitinhonha, no Norte do Estado, para trabalhar na lavoura em Três Pontas (MG) (Foto: Reprodução EPTV/Devanir Gino)

Além de ser uma chance de voltar ao mercado de trabalho, é uma possibilidade de se conseguir um bom salário. "Esse mês que vai começar, se trabalhar os 26 dias, eu posso ganhar até R$ 1,5 mil. É bom", disse o trabalhador rural Marcos Moreira.

Segundo o gerente de uma fazenda, a mão de obra é essencial para colher os 60 hectares da lavoura que estão no morro, onde as máquinas não entram. Dos 42 safristas que foram contratados, 90% estavam sem emprego.

"Diante da crise vários trabalhadores como empregada doméstica, pedreiro e até do próprio comércio, como vendedor", contou Lucas Lopes, gerente da fazenda.

Segundo Fundação Procafé, só nesta época, a cadeia produtiva gera cerca de 300 mil empregos no Sul de MG (Foto: Reprodução EPTV/Devanir Gino)

O campo também tem se tornado atraente para muitos que não encontram trabalho na cidade. Na roça, eles tem também todos os direitos de quem trabalha com carteira assinada.

"Eles têm todos os direitos [como] 13º salário, férias, remuneração e, principalmente, essa questão de salário na época de produção, que tem um salário melhor do que o salário mínimo", explicou Arnaldo Botrel, presidente do Sindicato dos produtores Rurais de Varginha (MG).

Longe das lavouras, a colheita do café também gera emprego. Por onde o café passa, tem trabalho. Uma cadeia de produção extensa, que necessidade de muita mão de bora. Só em uma cooperativa, o número de funcionários aumenta em 50% durante a safra.


Café também gera emprego na cidade, como em cooperativas, galpões e armazéns no Sul de MG (Foto: Reprodução EPTV/Devanir Gino)

"A cafeicultura não empresa só no meio rural. A cafeicultura emprega na cidade também, emprega nas cooperativas, emprega nos armazéns gerais", disse o presidente da Cocatrel, Francisco de Figueiredo Filho.

A maior oferta de emprego é na área de armazenamento e seleção dos grãos. No último mês, quase dobrou o número de contratações.

"Eu fiz cursos de classificação e também de operador de empilhadeira, operador de máquinas para poder ingressar nesse mercado. [Estou gostando] muito, estou me sentindo realizado e muito feliz com a profissão que agora eu estou ingressando", relatou Eduardo de Paula Lima, classificador de café.

O período da colheita do café deve durar até setembro.

Fonte: G1 / Jornal da EPTV 2ª edição