sábado, 15 de julho de 2017

Alerta - Broca do Café

Resultado de imagem para broca do café 

Senhores Agrônomos, técnicos, Cafeicultores, Comerciantes e a todos do segmento do Agronegócio, o problema da Broca do Café (Hypothenemus hampei) tornou-se seríssimo. Teremos que conviver c a broca que atingiu níveis alarmantes e com ampla possibilidade se tornar explosivo. Trata se de um inseto minúsculo do tamanho de uma pulga com 1,2 mm de comprimento e, com um ciclo de 21 dias. Inicia se o ataque nos frutos em estádio de formação e dando continuidade, inclusive, no armazenamento. Aqui cabe uma atenção especial ao café estocado. Com esse ciclo curtíssimo poderemos ter até 7 a 8 gerações numa única safra sem considerar as brocas remanescentes dos frutos da colheita anterior. Somando se as gerações multiplicadas nos frutos sobrados no solo e na planta da colheita passada teremos o dobro, no mínimo, de multiplicações exponenciais porque há possibilidades de até 20 brocas por fruto. Essa praga além de derrubar os frutos no solo provoca até 20% de queda no peso. As galerias provocadas internamente nos frutos são verdadeiras portas para a entrada de fungos maléficos a bebida como: fusarium, aspergillus entre outros.

Essa situação da elevação a níveis comprometedores decorreu se ao fato de nossas lideranças e do próprio MAPA desconhecerem os riscos que colocaram a cafeicultura brasileira. Lamentavelmente, tomaram uma medida incabível e irresponsável proibindo o Endossulfan sem um substituto à altura. Com essa medida impensada e descabida provocou se um vácuo sanitário e a praga explodiu nesses 4 últimos anos. Agora, estão surgindo outros produtos para o controle da broca mas, os cafeicultores acostumados com baixa incidência e ao uso do Endossulfan terão que ser reeducados para aprenderem a conviver com essa situação alarmante. Teremos que retomar urgentemente as práticas culturais na tentativa de eliminar frutos no solo e nas plantas. Além disso, os cafeicultores deverão estar cientes que não surgirão produtos milagrosos. Conhecemos o comportamento dos cafeicultores que são extremamente tradicionalista e hão de sentir o que é realmente a broca. Terão que conscientizar das práticas culturais e acostumarem aos novos defensivos que serão mais caros e, terão que ser misturados com óleos minerais ou vegetais para melhorar a eficácia dos produtos.

Resultado de imagem para broca do café

Estou convicto que teremos sérios problemas num futuro a curto e a médio prazo com essa praga. A broca originou se de Uganda e chegou ao Brasil na primeira/segunda década do século passado e em poucos anos expandiu por todo parque cafeeiro. Na época lançou se até a criação laboratorial da Vespa de Uganda para povoar nossos cafezais na tentativa do controle biológico. A Vespa de Uganda não encontrou as mesmas condições ambientais no Brasil e o projeto naufragou se. Penso que teremos que fazer uma ampla campanha aos cafeicultores sobre a real situação e mostrar a necessidade dos repasses pós colheita. Somado a isso terão que aprender a trabalhar e pagar caro pelas novas moléculas e, precisam estar cientes que a broca tornou se um sério problema. Sugerimos ainda que seja destinado, no mínimo, 20% das verbas do FUNCAFÉ para socorrer, de imediato, o ataque explosivo e subsidiando os cafeicultores para o repasse que custa muito caro e, financiar com juros módicos por três a quatro anos seguidos os produtos fitossanitários com prazos dilatados para o pagamento desses recursos a serem liberados.

Ainda, deveremos formular produtos à base de Beauveria bassiana, que é um fungo natural, para aplicações nas áreas com altas infestações. O retorno do Endossulfan também será uma medida interessante mas, os cafeicultores terão que enquadrar as aplicações dentro do que expomos. Quando da época da ventilação da proibição do Endossulfan enviando e mail e outras comunicações ao CNC, ao MAPA e outros mas, foram mocos, como costumeiramente esses coronéis se comportam. Essa explosão da broca é de total responsabilidade do MAPA e CNC. Aos mocos que não respeitam os cafeicultores precisarão passar a nos respeitar ou precisarão ser substituídos por profissionais empáticos e capacitados p recuperarmos o setor produtivo.

Armando Mattiello
Presidente da SINCAL
Associação dos Cafeicultores do Brasil